sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Entrevista da Maria Gadú, ao Jornal Diário de Natal

Maria Gadú virou a página da fase Shimbalaiê ou encerrou o capítulo dos discos ao vivo. Mesmo de curta trajetória musical, a jovem cantora e compositora coleciona hits, três álbuns ao vivo e parcerias de grande repercussão midiática, a exemplo do disco Multishow Ao Vivo, com Caetano Veloso. Isso tudo com apenas um CD de músicas inéditas. Mais Uma Página é o título do seu segundo disco de estúdio. O repertório eclético será apresentado hoje no Teatro Riachuelo.



                                                                        Foto: Luis Xavier de França/Esp. CB/D.A Press  

O disco foi lançado em dezembro pela Som Livre. A crítica especializada varia o discurso quanto à qualidade, mas tende ao elogio. O repertório traz 14 faixas, sendo oito composições de Maria Gadú, e conta com as participações especiais do português Marco Rodrigues e de Lenine. A turnê do disco teve início em março. O setlist do show é baseado no novo CD, sem deixar de fora os sucessos dos álbuns anteriores. A programação visual também segue o conceito gráfico do novo CD trazendo novidades ao público.

Considerada a "revelação musical de 2009", Maria Gadú trilhou, ao lado dos músicos Cesinha (bateria), Fernando Caneca (guitarra e violão tenor), Doga (percussão), Gastão Villeroy (baixo) e Maycon (teclados), um caminho sem volta - no melhor dos sentidos. Ao longo desses dois anos, lançou e vendeu 180 mil cópias do primeiro disco - um feito para o novo momento da indústria fonográfica. E não à toa este CD é aguardado ansiosamente por público e crítica.

Na entrevista a seguir, Maria Gadú responde sobre a repercussão do novo disco e outras questões relativas à sua carreira.


Já com mais de seis meses do lançamento, o álbum rendeu o esperado? Pelo menos ainda não alcançou o mesmo sucesso do primeiro.

Não sei. A turnê tem sido ótima. O show é bem conceitual e é uma delícia tocar as canções do disco ao vivo. O maior retorno é a própria existência dele.

Você espera ultrapassar o status de "fenômeno da nova geração", "revelação da MPB" ou elogios do gênero para ingressar em uma crítica de trabalho mais maduro?

Esses status são vocês, os jornalistas, que dão (risos). Os anos passam. Eu tive oportunidade de me relacionar com pessoas maravilhosas que me ensinaram e ensinam muitas coisas. Natural uma expansão sonora, outros timbres. Antes era só voz e violão porque eram meus veículos da época.

A escolha das parcerias, a exemplo de Lenine, se deu sob quais critérios?

A música que Lenine canta no disco é minha. Tive o prazer de tê-lo. Quando compus Quem foi doloroso fazer essa música, foi um momento de desespero. Eu estava meio em conflito, observando a falta de cuidado das pessoas com as coisas ou com as outras; eu estava meio injuriada. Fiz a música e automaticamente lembrei do Lenine... Uma audácia, uma prepotência. Fiz o convite e ele topou gravar. Aliás, uma honra inesquecível.

Quais os sons e estilos predominantes neste novo trabalho?

O disco é composto pelas canções que eu tinha até então, feitas por mim ou com meus amigos e parceiros, como Jesse Harris, Maycon e Ana Carolina.

Você estabeleceu uma profícua parceria com o Caetano Veloso, cantou com Milton Nascimento, Djavan, gravou com Ivan Lins. O que a vivência com essas veteranas estrelas da MPB lhe traz?

Alegria! Muita alegria poder dividir sintonia, música com essas pessoas tão especiais pra mim, que formam meu conhecimento todo santo dia e há anos. É inclassificável!

No show, a banda ganha a mesma importância que teve no disco? Como é a dinâmica entre vocês no palco?

Não acredito em músico que toca pra alguém. Nós tocamos um para o outro pelo prazer de servir e contribuir. Mas mais doque isso, nós tocamos uns com os outros. O palco é o nosso palácio. A cumplicidade é o que nos une.

Mesmo com uma curta carreira fonográfica, várias músicas suas foram incluídas em trilhas de novelas. Não tem medo que uma superexposição de seu trabalho possa lhe atrapalhar no futuro?

Não tenho medo porque não penso nisso. Não projeto esse futuro baseado em expectativa. O que atrapalharia meu futuro é um descuido da minha saúde e da minha saudade. Sou pessoa física.

Fonte: DiariodeNatal

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