A “Beleza pura” ecoa a duas vozes servindo-se de uma harmonia tão poderosa, de perfeita comunhão como que um elo de espírito patriarcal.
O palco, adornado com um mundo de papel, é preenchido com Maria Gadú sozinha, nos ditando a “Bela Flor” contando o “Encontro” mostrando que seria melhor “Tudo Diferente”. Porque a arte se entrelaça com a vida na “Dona Cila” que tem seus “Escudos” apoiados num “Altar Particular” descartando a máscara social nos “Podres Poderes”.
Sob um ensurdecedor aplauso Caetano Veloso regressa ao palco e acompanhado pela voz de Maria Gadú e pelo coro da plateia ouvimos “O Quereres” e “Sampa”.
Agora viajámos, o guia é Caetano Veloso, pela memória, para a história da América pelos “Milagres do Povo” recordando a nossa natureza de “Genipapo Absoluto” contrapondo-se com a natureza humana conflituosa “Odeio”, “De Noite na Cama” ou libertina “Desde que o Samba é Samba”.
No primeiro acorde de “Silêncio” a plateia cantou o amor e a memória do presente, passado e futuro do caos e do acaso. «De seguida vou cantar uma música que compus com a idade da Maria» um hino à liberdade e à vontade da inocência presenteada pelo sonho, servindo até mesmo de brincadeira uma falha de memória do poeta.
“Shimbalaiê” junta novamente os artistas, abraçam-se cumplicemente, e brincam com a história da arte da Vaca Profana, de uma fixação “Rapte-me, Camaleoa” e da tristeza de um adeus que não cabe num espaço físico “Trem das Onze”. Sentimos o fim pela “Leãozinho” e receando ficar sem rumo “Odara”.
O encore é exigido por um público frenético por mais emoções, aplaudindo e marchando sobre si mesmo tornando-se orquestral. Fomos presenteados pelo “Nosso Estranho Amor”, “Vai Levando”, “Menino do Rio” e um encore de encore lançou os últimos pozinhos mágicos.
Fotos: Daniel Amado
Fonte: www.imagemdosom.com
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